2 de mar. de 2006

O paulistano tem uma mania de "pra ontem". Tudo é pra ontem. Na verdade, ontem acaba sendo sempre mais tarde do que se imagina e ninguém se mata por causa disso. Quando seu chefe pedir alguma coisa pra ontem, não ligue. É que ele vive do passado.
Ontem, na verdade, ele não tava nem pensando no assunto. Ele tava era querendo ver feito o serviço de anteontem, isso sim.
E os que aceitam a "base do ontem" acabam sempre por deixar as suas próprias necessidades pra amanhã. E nessa, acabamos misturando nossos projetos futuros, da casa, da estabilidade, do merecimento do previdente, com a conta pra pagar, com a consulta por marcar, com o parente a visitar.

E o hoje, coitado, acaba ficando vazio. Os afazeres estão pra ontem, os planos estão pra amanhã. E pra hoje, sobra apenas viver mais um breve dia como os outros, somente para fazer um elo de ligação entre os tão importantes "ontem" e "amanhã".

Só que o único dia pelo qual sempre passamos é o hoje. Todo dia é hoje. Ninguém nunca levanta e diz "Ahhh, estou vivendo no ontem!".

Carpe diem, carpe noitem, carpe jantem, carpe plantem, carpe fuckem.
(Aprecie o dia, a noite, o jantar, as plantinhas e o amor)

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