28 de ago. de 2007

Você não é de nada, só come marmelada

Esta frase entra em conflito direto com aquela encontrada em revistas de saúde: Você é o que você come.

...

Não dá pra não ser nada. Pelo menos marmelada você é.

14 de ago. de 2007

Obrigada você!

Caso típico. Eu na padaria, de manhã.

- Foram dois cafés. Desculpa, mas você vai ter que me trocar 50 reais
- Ixi! ... Hum.. Café de coador ou espresso?
- Coador. Dá R$1,60.
- Hum... Vinte.... Quarenta.... tá aqui seu troco.
- Obrigado.
- Magina, brigada você.

Obrigado, obrigado.... A gente diz isso quando alguém nos faz um favor, não? Recebemos um favor e nos sentimos (ou nos dizemos) obrigados a retribuir, em qualquer oportunidade.

Aí, eu encaro que o fato dela me dar o troco era um mero favor. E agradeço, dizendo que me sinto obrigado a retribuir, oportunamente, o grande favor de receber o troco.
E a pessoa ainda diz: "(i)Magina, (o)brigada vc". Ou seja, "Imagine só. Realmente, você é obrigado a retribuir."


Se fosse possível voltar no tempo e corrigir os erros - meus e do mundo:

- Foram dois cafés de coador - e dou a nota de 50.
- R$1,60
Dou o dinheiro.
- Hum... Vinte.... Quarenta..... tá aqui seu troco.
- Tchau.
- Tchau.

Mas aí fica muito frio, sei lá. Tudo bem, tiremos os obrigados porque numa relação de troca como essa, ainda mais sem nenhum afeto envolvido, não sobram pendências nem dívidas. É melhor, talvez, dar uma esquentada na situação, com uma encenação de algum resquício da cultura medieval, daquela coisa de servidão, de obrigações e tal.

O que a gente fala nunca tem mesmo nada a ver com o que a gente quer dizer. Mas, em compensação, todo mundo sabe disso.


É como os operadores de telemarketing: "Sinto muito, senhor, mas não tem nada que eu vou estar podendo fazer pelo senhor. Algo mais em que posso ajudá-lo?"