25 de set. de 2006

Propaganda de banda

Bom, já que o Googlebot se recusa a passar no site da minha banda pra ver os links, eu vou recorrer a uma postagem. Se bem que ele tb não tá passando nessa merda. Acho que tem um filtro no google para recusar "Arthur Tofani". Então vamos lá. Por favor senhor Googlebot, entre no site da minha banda - http://www.pitfall.com.br

E, aproveitando, vejam os vídeos do último show. Aqui semos nós tocando Run Like Hell. Foi um showzinho só de Pink Floyd.

http://www.youtube.com/watch?v=yDEWqdNSBqI

Beijo.

11 de set. de 2006

Propaganda de shampoo

"Shampoo Sempre Bella - Mel e Queratina
Quero estar ligada numa conexão rápida a milhões de bytes por segundo. Eu, você, o mundo, via web ou estrada de terra, num esforço sem fronteiras. E que parta como um grito: das origens mais profundas em direção à tribo distante, localizada no extremo sul daquilo que acredito."

Depois dessa, vou sugerir para algum provedor de internet uma propaganda assim:

"ProvedorNet - Internet Banda Larga
Navegue suavemente com brilho e maciez em sites perfumados, onde as essências da natureza se misturam na proporção ideal para hidratar e proteger sua conexão dos maltratos do dia-a-dia"

20 de mar. de 2006

Máquina do tempo

Se eu tivesse uma máquina do tempo, voltava 2 minutos atrás. E não escreveria este post.

10 de mar. de 2006

O oficial de justiça se vê numa daquelas situações onde ele se recorda, com saudosismo, da salinha do café no departamento de execuções fiscais da prefeitura. Um homem de quase quarenta anos sai algemado por resistir à apreensão de um bem em sua residência: uma cadeira em formato de sapato salto-alto. Ele era funcionário da empresa de sua falecida esposa. Como ela sustentava a família e a casa, com uma boa folga financeira, seu salário servia apenas para pequenas futilidades, revertendo geralmente ao pagamento de algumas regalias, restaurantes, cinemas, coisas da qual ele não achava bonito que fosse pago pela mulher. Há 6 meses atrás, resolveu gastar todo seu salário com uma reforma na casa, baseado naqueles seriados de decoração da TV a cabo, e quis fazer uma sala "estilo kitsch anos 60 - pop art". Comprou alguns itens a vista, muitos a prazo, e encerrou suas compras em uma loja que vendia cadeiras descoladas, com visuais excêntricos e assinadas por designers de móveis renomados. Por R$ 4.000,00, em dez parcelas, ele comprou tal cadeira e, foi sentado nela, ao terminar finalmente toda a decoração da sala, que recebeu o telefonema da morte de sua esposa, em um acidente. Suas memórias e seus medos criaram em sua cabeça cenários estranhos, e como uma espécie de seqüela, a partir daquele momento, aquela cadeira passou a ser, para o pobre viúvo, praticamente a reencarnação da esposa. Em poucos meses, sua inaptidão para tocar os negócios forçou o fechamento da empresa e, por falta de pagamento, a maioria dos bens adquiridos a prazo. O último bem a ser confiscado seria este, mas este homem daria sua vida para tê-lo em seus braços, nem que fosse por por mais alguns minutos apenas, para lhe agradecer pelo tempo que esteve do lado dele, para dizer como fora importante em sua vida.

_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _

Auto de Apreensão:

Bem: Uma cadeira em formato de salto-alto
Valor da apreensão: R$ 4000,00


_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _


Moral da história: nunca faça uma prestação para comprar coisas ridículas. A vida pode nos colocar em situações vexaminosas e, algumas delas, são de dar nó nas entranhas.

8 de mar. de 2006

Pizza

Às vezes eu paro para observar o ambiente onde vivo acabo sendo obrigado a agradecer a ele pela comunicação que o mesmo estabelece comigo. Quase nunca noto isso, mas tenho que admitir que, se eu acordo cedo, é em parte pelo barulho dos carros lá na rua, assim como se eu durmo bem de madrugada é pela ausência deles. Sem o silêncio dos vizinhos, à noite, dificilmente eu daria conta, de dentro deste quartinho onde passo todo meu dia trabalhando, de que as horas se passaram e eu devo parar um pouco de trabalhar e ir tomar um banho. Da mesma forma, sinto fome ao sentir o cheiro da comida dos vizinhos. Sempre tenho a impressão de que, quando eu cozinho, o cheiro da minha comida não preenche tantos metros cúbicos de ar quanto a dos vizinhos. E, no momento, espero uma pizza. É um golpe baixo. Quando subo as escadas com ela na mão, eu tenho certeza que qualquer um que passar por mim vai ficar com vontade e querer um pedaço. E depois que eu me empanturro, não tem cheiro de comida dos vizinhos que possa ser capaz de me causar qualquer sensação.
E adivinha só? A pizza chegou.

4 de mar. de 2006

Como se fosse uma coisa natural, às 7h00 eu já estava de pé. E cada vez mais me convenço que dormir até tarde é a melhor opção, porque não se tem muito o que fazer entre as sete e as nove da manhã: poucas pessoas estão acordadas a essa hora, ainda mais no sábado, não se tem muita gente pra conversar, o ânimo não é dos melhores e qualquer tarefa barulhenta pode acordar os vizinhos.

Lá pelas dez da manhã acabei indo para a Sta. Ifigênia comprar algumas coisas importantes: lâmpada nova para o projetor - eu tenho um cinema dentro do quarto - para ver algum filme mais tarde, comprar alguns CDs e DVDs virgens e trocar um CD-ROM quebrado, ainda na garantia. E graças a isso eu tenho agora uma webcam, q eu deixo virada para a parede, porque nunca sei quando alguém vai entrar nela sem minha permissão.

É engraçada a cena dos ambulantes fugindo das batidas da polícia. Eles têm lugares muito bem definidos para jogarem seus mostruários com CDs piratas e outras traquitanas. Em meio minuto, a rua vira um deserto sem nenhum ambulante e, quando você menos espera, tudo volta ao normal.

Queria comprar umas caixas de som antigas, usadas, para montar um sonzinho na sala. Afinal de contas, eu não aguento mais o pessoal aqui em casa ouvir música em aparelhos com tão péssima definição. Dói. Dói no osso!

A Maria Helena fez maravilhas aqui em casa. É impressionante como as pessoas têm talentos tão distintos. E ela já me disse que adora trabalhar como faxineira. O que é excelente, porque ela faz isso muito bem...
Depois eu continuo.

3 de mar. de 2006

Árvores

Hoje eu vinha andando da padaria que fica a 50 metros da minha casa, olhando para o chão, e parei pasmado para ver uma folha de plátano que estava caída sob o pé da árvore, já toda pisoteada e lambuzada pela sujeira da chuva. O que me deixou impressionado é o tamanho da folha. Ela tinha pelo menos o triplo do tamanho de uma folha de plátano normal, ou pelo menos do que é normal pra mim aqui no Brasil. Como nunca fui para o Canadá, nem imagino como seria. Essa árvore me fascina muito. A madeira dela é bonita, é da seiva dela que se faz o "maple syrup", a folha é fantástica e, principalmente, é da madeira dela que é feito o braço da minha Fender...

É uma pena que pouca gente se interesse por plantas. É um assunto bom de se conversar. Nunca converso com ninguém sobre árvores, e por algum motivo eu adoro elas a ponto de parar na rua pra ficar admirando uma paineira, sua imponência, seus espinhos, sua flor com uma pétala diferente das outras. Hoje eu percebi isso quando vi a folha. Eu só notei a árvore, na rua da minha casa, quando vi a folha. Acho que a gente anda muito mais solhando pra baixo do que pra cima. Por isso ninguém dá bola para árvores. A preocupação em nunca perder as coisas que passam embaixo de nossos narizes muitas vezes nos impede de reparar naquelas que estão acima deles.

E das nuvens então? E da lua? E do que está além?!

2 de mar. de 2006

Pra quem chegou agora...

Estou tirando todos os posts do weblogger e passando pra cá. Aquilo é meio trash demais. Eu escrevi a maioria há uns 2 anos atrás, e parei por falta de saco mesmo, mas descobri que, embora poucas, algumas pessoas liam e isso me incentiva a escrever alguma coisa de vez em quando, e pra isso é melhor que eu esteja em um sisteminha que no mínimo funcione. Não estão na ordem os posts, e não vou me preocupar com isso. E, sim, eu removi uns posts. Eu geralmente dou chá pros meus fantasmas, mas acho que certas coisas adquirem valores diferentes com o tempo. E tinha uns que eram umas bostas, aí eu tiro mesmo.

Agora eu vou terminar a tonelada de trabalhos que eu tenho aqui pendentes, ferver uma água e tomar meu matinho.

Ósculos e Amplexos
Assim que a vida é.
Haja saco pra instalar o Windows 98, isso sim. E pra saber que, depois que tiver tudo bonitinho, as atualizações do windowsupdate vão destruir qualquer resquício que ainda funcionava dessa birosca. Mas nada de mais. Pelo menos o micro do Benedito, meu alugador... [como se fala (1/inquilino) ?] vai ficar pronto e me livro de mais uma.

Hoje eu comi feijão que eu fiz e deixei congelado. Fui sapear o freezer pra ver o que tinha lá, e tinha esse feijãozinho aí. Foi ele e hambúrguer. Mas o que me intrigou nessa história é que, depois, quando eu tava comendo, que percebi que tinha feito esse feijão ainda lá na casa antiga, com o fogão antigo, com o Carraro antigo, etc.
Deu uma impressão de que eu tava sentindo um gosto de passado... Quer dizer, o feijão tava mumificado, né? Como é que pode se comer um feijão que foi feito a quase seis meses? Quase no ano passado, meu deus!!
Aí eu olhava o toicinho e pensava: "Esse porco deve ter morrido faz tanto tempo... Toicinho já dura um bom tempo, naturalmente. Depois que eu costumo congelar pra guardar, e depois de fazer, ainda recongelei... deve fazer pelo menos um ano."

Querida Dona Marta, hoje furei o pneu do carro por causa de um buraco.
Como vc consegue infernizar a cidade com aqueles obreiros trabalhando noite e dia nos lugares de maior trânsito e tudo sempre tão esburacado??
Parece que temos aí uma operação "Move buraco". Ele sai de um lugar e vai pra outro.

Depois de digitar um monte, descobri que foi tudo em vão pq a bosta da minha sessão tinha encerrado por inatividade.

Mas contava de como é interessante ver o mundo depois de uma noite sem dormir. Fica tudo meio surreal. A lógica das coisas é toda fora de prumo, mas ainda assim tudo parece fazer mais sentido. Lá na Secr. da Fazenda tem tanto papel que as pessoas tropeçam em processo.

A burocracia se auto-devora. Existe ali um encadeamento recursivo de condicionais do tipo "Se acontecer isso, faça aquilo. Já se for aquele outro, aí tem que ver se o formulário foi expedido pelo fulano ou pelo beltrano, e dependendo da data, blá blá blá...".

Acredito que esse pessoal iria se dar muito bem nas aulas de lógica de programação. Nos meus devaneios insones, fiquei imaginando aquelas pessoas, tão bem amadas, abrindo aqueles calhamaços de processo, cheios de embargos e recursos e apensos e anexo de laudo de oficial de justiça e certidões de penhora e talz, e lendo aquele monte de bobagem pra seus filhos, como se contando historinha pra dormir.

Aliás, ouvir aquele povo recitando procedimentos e rotinas de onde botar e tirar papel, sem dormir, no meu estado atual, tava de matar.

Hoje eu tava imaginando uma situação:

Um homem visitava um parente seu que havia sido internado em um centro clínico mental, finalmente convencido pela família de que seria necessário, e já diagnosticado como um caso de síndrome do pânico. Enquanto aguardava seu amigo acordar de um sono decorrente da medicação forte, um médico o acompanhava pelos corredores da clínica, informando-o da estabilidade do estado de seu amigo e das visíveis melhoras nos últimos dias. Dizia também que muitos casos como esse chegavam semanalmente aos seus cuidados.

Chegando ao final do corredor por onde passavam, os dois pararam para ver uma cena que se passava no último aposento, onde a porta estava entreaberta. Uma senhora encontrava-se sentada na cama, chorando, enquanto uma enfermeira a incentivava a levantar e andar até o banheiro. Dizia sentir medo, porque poderia cair pela janela do aposento, ou porque chão talvez não estivesse firme, etc. Percebendo a presença dos dois visitantes, a enfermeira fez um discreto sinal para que saíssem. O médico fechou então a porta e conduziu sua visita a um pequeno terraço que dava limite ao corredor por meio de uma porta-balcão, que por situar-se no segundo andar de um terreno em declive, poderiam ter uma visão bem ampla do local.

Desconcertado, o homem se manifesta:
-- Não consigo entender isso. Entendo as pessoas que têm medo de andar de bicicleta, porque podem cair, ou as que verificam toda sua comida em busca de metais cancerígenos, mas o que pode fazer uma pessoa ter medo de andar até o banheiro? Que apuro pode ela enfrentar num trecho tão pequeno?

O médico, entendendo a dúvida do homem, lhe diz:
-- Suba aí no parapeito.

O parapeito, erguido por balaústres, ficava a uns 5 metros de altura do chão, e tinha uns dois palmos de largura.

-- Imagina! Eu cairia, com certeza.

-- Eu lhe dou a mão. Pode subir. Vou ficar segurando.

Sem entender, o rapaz sobe no parapeito e, com a ajuda do médico, fica em pé. Ele continuou.

-- Você já ficou em pé muitas vezes antes. Boa parte da sua vida você fica em pé, parado, imóvel, pra esperar o ônibus ou qualquer outra coisa bem simples.

Aos poucos foi soltando sua mão do homem, e pediu pra que se concentrasse e continuasse em pé. Um pouco mais confiante, o rapaz foi se desprendendo emocionalmente das mãos do doutor.

-- Agora ande! - Disse o médico

Ao primeiro passo que tentou dar, o homem desequilibrou-se e teve que ser segurado pelo médico para que não caísse. Sem graça, desceu do parapeito como se tivesse participado de uma brincadeira que não deu certo. O médico então pegou um caco de tijolo e desenhou no chão uma linha reta, e pediu para que o homem andasse sobre ela, que assim o fez, sem maiores problemas.

-- Agora perceba que a dificuldade não é andar. Manter-se sobre essa linha e os limites do seu pé é muito mais difícil do que andar sobre uma superfície de quase quase meio metro de largura. O medo limita seus movimentos e suas ações. Ele pode vir e ir, pode ser grande ou pequeno. E seu caminho vai ser mais ou menos difícil, e seus horizontes vão sempre estar mais ou menos prejudicados pelo quanto de medo você tem.
Os padrões do mundo consumista parecem fazer algum sentido pra todos aqueles (incluindo eu, você e nossos amigos) que fazem parte dele. No entanto, qualquer um de fora deve achar a maior graça na futilidade que se faz de base pra todas essas nossas pseudo-alegrias como futebol na tevê, cervejinha no boteco e tudo mais.

Imaginem se os grandes comerciantes de cerveja tivessem escolhido vender outro produto... sei lá... couve, por exemplo. E usando seus Washingtonzes Olivettozes particulares, tivessem feito propagandas que incentivavam o consumo de couve tanto quanto hoje é incentivado o de cerveja, com o mesmo teor apelativo da coisa.

Se usassem a idéia de "mulher gostosa" pra vender couve, por exemplo. Imagina só a cena da propaganda: a mulher semi-nua entra num bar de bufões, dois caras se olham e começam algum tipo de competição idiota pra ver quem fica com a mulher. Aí vem um magrelão ou baixinho ou estilo babaquinha e manda o garçom servir ela com um pratão de couve bem refogadinha. Aí ela ficava feliz e no final aparecia os bufões com cara de bunda e o nerd comendo couve com a mina. E um jargão estúpido como "É couve que as brasileiras querem"...

Ia ser ridículo, a coisa mais imbecil que a mídia televisiva poderia mostrar, pra qualquer ser vivo pensante que assistisse isso e contasse com os padrões de razão dos seres consumistas modernos.
Mas o pior é que, só seria ridículo isso pra gente uma vez que a imagem da mulher gostosa está associada à cerveja e coisas do gênero, e não a hortifrutigranjeiros em geral.

Porque o padrão do machão hoje é daquele cara que toma bastante cerveja e aguenta numa boa, etc., e não o fulano que come uma couve violenta e solta um farto e sonoro arroto depois, por mais grotesco que possa parecer. Até mesmo se couve tornasse quem a comesse mais viril e mais heterossexual, não iria mudar nada. E não tem a ver mesmo, porque, da mesma forma, eu conheço muito viado que toma cerveja. E mulher, também, claro.

Mas o que me intriga nisso é que, se a gente tivesse sido acostumado com a couve, hoje ia ser normal tão normal quanto é a cerveja, e todo mundo ia consumir couve. Imagine mega-indústrias do ramo se fundindo pra combater a concorrência: A AmBev das couves. AmCouv...

Tudo bem, a couve não se aproxima da cerveja, um é de almoçar, o outro é de beber e ficar refrescante... mas tá. Dá pra botar a couve no lugar de um hambúrguer do McDonald´s, por exemplo. Aliás, ia ser o sonho de toda mãe que deseja que o filho coma verdura saudável e não coma porcarias na rua. McCouve. Arroz, feijão, bife e couve (e um pão com gergelim).

Pensou couve pediu Brahma couve!
O paulistano tem uma mania de "pra ontem". Tudo é pra ontem. Na verdade, ontem acaba sendo sempre mais tarde do que se imagina e ninguém se mata por causa disso. Quando seu chefe pedir alguma coisa pra ontem, não ligue. É que ele vive do passado.
Ontem, na verdade, ele não tava nem pensando no assunto. Ele tava era querendo ver feito o serviço de anteontem, isso sim.
E os que aceitam a "base do ontem" acabam sempre por deixar as suas próprias necessidades pra amanhã. E nessa, acabamos misturando nossos projetos futuros, da casa, da estabilidade, do merecimento do previdente, com a conta pra pagar, com a consulta por marcar, com o parente a visitar.

E o hoje, coitado, acaba ficando vazio. Os afazeres estão pra ontem, os planos estão pra amanhã. E pra hoje, sobra apenas viver mais um breve dia como os outros, somente para fazer um elo de ligação entre os tão importantes "ontem" e "amanhã".

Só que o único dia pelo qual sempre passamos é o hoje. Todo dia é hoje. Ninguém nunca levanta e diz "Ahhh, estou vivendo no ontem!".

Carpe diem, carpe noitem, carpe jantem, carpe plantem, carpe fuckem.
(Aprecie o dia, a noite, o jantar, as plantinhas e o amor)
Eu comi num restaurantezinho por quilo de comida chinesa. Com pauzinhos, normal.
Eu fiquei pensando: quando nós, ocidentais de garfo e faca, quebramos a mão direita (no caso de destros) e temos que comer com a esquerda (ainda no caso de destros), comemos feito animais. Dominar a mão boba é como ter que aprender tudo de novo do zero. Como será que eles fazem pra comer com os pauzinhos usando a mão boba? Porque, no caso do garfo e da faca, ainda é possível encarnar o espírito de um ogro espetar as coisas e comer de punho cerrado, numa boa. É feio, mas funciona. Mas com os pauzinhos, ou você tem classe ou não tem. Não que eu me identifique com os detalhes da etiqueta oriental à mesa, muito pelo contrário, mas deve ser bem difícil fazer aqueles movimentos pinçados com uma mão que malemá serve pra tirar catota do nariz.

E, por sinal, é a mão boba quem faz o trabalho mais árduo na guitarra, e por isso eu fico pensando que talvez ela não seja tão boba assim, talvez a gente acabe por escolher uma pra fazer a maioria das coisas por pura falta de processamento cerebral na divisão de tarefas entre as mãos...

A ciência deve ter boas explicações para isso, mas eles que se fodam. Afinal de contas, eles também afirmam que o homem foi à lua na década de 60, e isso realmente não dá pra acreditar.
Como está pro escritório a vocação
Como está pro dinheiro ser feliz

o EBA! é um gênio.

Se eu morrer e for pro céu, uma coisa que eu penso é que provavelmente não vou ver muitos escritórios por lá. Não imagino os ascencionados atrás de mesinhas carimbando vistos, CIs, etc. Todos no céu devem ser pequenos comerciantes com lojinhas cheias de badulaques legais. E tudo de graça. Aí me perguntariam porque alguém teria uma loja se ele vai dar tudo de graça. Aí eu digo que ele também vai poder pegar tudo de graça da loja do lado, etc. Eu já imaginei isso várias vezes. Deve ser divertido. Deve ficar parecendo festinha de criança em buffet: cheio de barraquinhas com coisas gostosas, e não precisa pagar. Basta pedir pra tia e ela dá. E a gente se refastela de qualquer coisa. Mal sabem as crianças o quanto os pais não pagam por cabeça no buffet.
Aliás, no céu deve ter aquelas piscinas de bolinhas, que a gente pula de barriga e dói pra burro, mas é super legal.
Deve ter um monte de piada também. O céu não me parece um lugar muito sério, mesmo porque a seriedade das pessoas faz com que elas montem coisas bem desagradáveis, como chapas eleitorais, condomínios, auditorias, etc. Me parece que um dia tentaram fazer uma reunião pra sindicalizar os funcionários astrais, mas o São Pedro acabou soltando um pum e todo mundo acabou rindo, ficaram zuando até tarde e quando foram ver já tinha dado a hora e tiveram que ir embora.
No céu tem um posto de gasolina, mas quase ninguém tem carro. Na verdade as pessoas só vão lá pra ficar sentindo o cheirinho gostoso da gasolina. Claro, são poucas pessoas que gostam, mas opção não falta nem pras minorias.
No céu tem uns centros de convívio com pessoas pintando quadros enquanto outras jogam dominó, e em outro canto um grupo pratica aeróbica, e não falta opção nem para o cara mais chato do mundo. Dá pra sair bem cansado. E se esse for o caso, é só pedir pra tia que ela estende no chão, no fim da sala, um colchonete pra você dormir. Mas é claro que não dorme. Ninguém nunca dorme. Fica é zuando com o colega deitado ao lado, vendo quem tira a maior catota do nariz.

E esse papo de que só vai pro céu quem é bonzinho deve mesmo ser verdade. Alguém que não guarda em si um mínimo da pureza de uma criança, e que não consegue mais entender como a simplicidade das coisas faz delas tão mais legais, esse alguém não ia achar a menor graça no céu. Ia ficar emburrado, no canto da parede, ou jogando bolinha de papel na cabeça dos outros. E diria: "Saco... minha vida é um inferno..."
Já falei que não consigo escrever diariamente nesse blog? Hoje deu vontade. Afinal de contas, fiz algo de muito especial que nunca havia feito na vida. Algo que todo homem um dia fará. Cozinhei mandioquinha e batatinha, depois de descascar. Bati no liquidificador, refoguei frango e couve, somei tudo numa panela, temperei, deixei cozinhar um pouco e, inexplicavelmente, logo havia ali uma deliciosa SOPA!! É fabuloso como qualquer coisa é comida. Já doce é um enigma. Coisas que envolvem fermento, farinha, gemas ou claras de ovo, baunilha, tá louco... Doce é coisa de quem tem uma avó disponível. Eu só tenho o Google.

Mas eu ainda me viro melhor que os outros homens solteiros que eu conheço. Meu vizinho de cima é que me inspirou a fazer sopa, porque semana passada ele me convidou pra tomar sopa com ele, e eu fui. Aí eu fui ver, ele tinha comprado no mercado um pouco de arroz pronto, um frango assado, umas batatas, etc., jogou tudo numa panela, pôs água e deixou cozinhar. Era quase a mesma coisa que comer uma Sopa de Contra Filé à Jardineira. E eu, pra não ficar feio, comi. Não tava tão ruim, graças a deus eu estava desesperado de fome.
Gosto mais de comer fora. Não ter que lavar pratos é uma benção.

Cozinhar bem é semear um bom matrimônio.
O trabalho especializado traz um certo grau de frustração aos técnicos. Às vezes a gente tem a lâmpada mais lâmpada do mundo, mas é muito difícil compartilhar isso com os outros:

-- Cara, você não sabe que legal que eu descobri! O histograma pdf dos índices de um sinal digital randômico num intervalo definido faz uma curva gaussiana certinha, e o pico dela é o valor médio!
-- Ah...
-- Mas cara, isso é o máximo!!!!
-- Você já ligou praquele cara que eu deixei no bilhete pra vc?

Mas isso não é o pior. O pior é se matar com conceitor e idéias assim, que resolvem muitos problemas que as outras pessoas também desconhecem. A gente quase que salva o mundo, traz paz entre as nações, inventa a cura das maiores doenças, e ninguém percebe. Daí aquela sensação de esquizofrenia, de que você é um louco no meio dos normais.

-- Doutor, o funcionário A e B devem acessar o conteúdo das telas 1 e 3 do sistema, mas o usuário A deve acessar também o conteúdo da tela 2, que deve ser negado ao funcionário B. Já o funcionário C deve acessar todas, e o D apenas a tela número 3.

-- Sim, eu sei disso, e pouco me importa como você vai resolver.

-- Doutor, eu já resolvi o problema! Criei um valor para cada tela, por sequência de números primos!! Aí, a tela 1 vai ter valor 3, a tela 2 valor 5, a tela 3 valor 7, etc. E o usuário recebe um valor de chave, como por exemplo o usuário A, vai ter chave de valor 3x5x7=105. Aí, quando ele tentar entrar na tela de valor 5, a divisão inteira retornará resto zero, e ele entrará. No caso de uma tela com valor 11, 105 dividido por 11 não dá inteiro, então a permissão é negada!!!

-- Hum... tem um bilhete em cima da mesa, pra você ligar para uma pessoa, já te falaram?


E na hora de receber, aquela sensação de que você não fez nada de muito especial.

Eu: "OLHA O CLARINETE!! FICA REPARANDO! ELE VIRA UM OUTRO INSTRUMENTO! Ó... "
~~~LUUULULUUUUUUOUOUOUOUÓÓÓÓÍNHHHEEEEAAAHHH!!!!~~~
Um cara: "Hum..."
Eu: "E agora! vira um trompete, ó!"
~~~Fééépopóóóóperumpóóóóóó~~~
Um cara: "Posso fazer uma ligação?"

Mas eu entendo muito bem essa sensação. Afinal de contas, eu tenho um forno de microondas.
Coitado do cara que inventou isso. Imagina, 10 anos de estudos até o fim do desenvolvimento do projeto e a compra da idéia por algum fabricante de eletrodomésticos. Imagina o coitado, tentando explicar pros familiares, num churrasco, como a grande idéia dele de fazer um forno que não tinha nada além de um caixote com uma lâmpada iria funcionar - e aquecer todos os leitinhos do mundo, de manhã cedo. (ou derreter queijo, no caso do eba!). E o comentário daquele amigo bem bacana: "Legal, cara! Porque você não inventa também um que faz a mesma coisa, só que ao invés de esquentar, ele esfria?"
E todos no recinto aplaudem o amigo. Afinal de contas, coloque uma caixa de cerveja lá dentro, por um minuto, e sairão estupidamente geladas...

Por hoje é só. Eu acabei de ter uma idéia de como resolver o problema do meu Alesis não fazer o Bank Change via SysEx, ele só faz o Program Change. Eu acho que se eu conseguir uma atualização do eprom eu tenho alguma chance. Mas acho que ninguém vai se interessar muito por isso.

Até!
Well.... Atendendo a pedidos, vou colocar uma flor bem machona no meu blog.

Esse é BOB, The Angry Flower (www.angryflower.com)





Viu só galera? Que florzinha iraaaada? Uma margarida do barulho aprontando as maiores confusões!!

Falando nisso...

Um dia eu gostaria de ver o cara que compõe os textos pros locutores de filme da sessão das dez e similares. Será que esses caras falam assim?! Quando é filme pesado, daqueles de trama mais complicada... "Um agente decidido que vai fazer tudo para salvar sua família. E NINGUÉM poderá detê-lo!!" ou "Um detetive muuuito louco, e uma galerinha cheia de animação. Juntos, essa turminha vai aprontar a valer em __________________" (espaço para o nome do filme, que varia com nome de férias de alguma coisa, alguém muito louco, alguém do barulho ou alguém da pesada).
Quando eu ouço essas coisas me dá um frio na espinha, me arrepia até as sobrancelhas.... Que desperdício gravar diariamente a mesma chamada há 20 anos!!! Aliás, não trocam o cara?? Eu nunca vi mudar a voz, é sempre o mesmo cara....

Agora o que mais me incomoda é quando nos filmes dublados, ainda os mais recentes, chamam os policiais de TIRAS!!
Cacete, sei lá quanto tempo faz, mas durante o tempo da minha existência, nunca se chamou polícia de tira!!! Imagine o dono de um bar, vendo uma confusão na mesa de bilhar "PAREM COM ISSO OU CHAMO OS TIRAS!!!"
Ia ser de dar muita risada. Ou então "IH, ESCONDE, ESCONDE AÍ! SÃO OS TIRAS!" - Nem profundamente entorpecido isso seria permissível. Agora, eu entendo o editor de dublagem. Aqueles americanos todos, falando rápido e embolado, a gente tem que ter alguma palavra que combine com COPS, pra poder sincronizar com a boca dos atores.

Mais que óbvio, mudem para COXAS!! vai ficar perfeito! Combina a boca certinho, é fácil de falar e é super atual.
Para quem não sabe, a polícia de São Paulo é chamada de Coxinha porque todo boteco que se encontra tem um policial comendo uma coxinha e um refrigerante. Ou porque é de graça ou senão porque é o máximo que o ticket de 3,50 consegue comprar.

"PAREM COM ISSO OU CHAMO OS COXAS!!!"

E a globo?!

Pois mal morre o Roberto Marinho e o barco já começa a afundar. Não que eles já não estivessem atolados em dívida muito antes, não é isso. Mas, já que o irmão do ACM não está mais no controle, então por que não aproveitar a deixa e conquistar de vez a única arma necessária para transformar o pulmão do mundo num grande jardim do Tio Sam?! Os credores das dívidas da Globo não pediriam sua falência por dinheiro, claro que não. Quem empresta 20, 30 milhões pra alguém não vai se preocupar. Eu empresto 100 reais e já me dói o bolso, mas as fontes inesgotáveis de dinheiro não sentem dores. E como tudo que vem de lá, de Roma, é passível de desconfiança... Não existe hora mais propícia para passar a tutela da Globo para a Timelife, ou CNN ou quem quer que seja. Fudeu. E coitado dos editores dos jornais, que foram obrigados, às vezes, a apoiar a candidatura do Lula, por uma simples questão de popularidade além dos limites. E de duas uma, ou os caras lá de cima acharam isso uma espécie de traição e eis aqui uma forma de punição ou vingança, ou então o tempo todo a subida do PT para o poder foi incentivado pelos mesmos, pra dar ao brasileiro essa sensação de que todos escolhem, de que existe poder de decisão e que o brasileiro é forte, é lutador. Outra grande merda de afirmação. Pois que levem a Globo. Afinal de contas, lá nem passa Betty, a Feia... nem passa Chaves... E depois, se quiserem, levem a Amazônia. Não precisa nem pegar pra viagem, pode consumir aqui mesmo, no balcão. E se a Vale do Rio Doce começar a dar problema, a gente dá outra. Levem os bichinhos, consumam as laranjas. Mas, ao sair, por favor, apaguem a luz....
Meu destinho é criativo. Um mês de negociações, tudo sempre muito difícil, muito xororô pra abaixar o preço, mas de qualquer forma, quem me procurava eram eles. Fiz manha e atrasei até pra mandar o contrato final, julgando até um pouco de descaso da minha parte. Dois meses depois lá estava eu embarcando para Salvador para a implantação de um sistema de gerenciamento de estoque de veículos para leilão. Hotel reservado por 5 dias e tudo mais. Apesar de não ser a melhor das fortunas, uma viagem de negócios é sempre uma boa pra dar um boost no ego e no curriculum. O Sr. Bosco era um senhor de uns 60 anos, metódico, calculista e às vezes um pouco chato e repetitivo. Era gerente do pátio, coordenava toda a equipe, as finanças e as decisões de risco. Graças a ele, minha estadia está sendo em um bom hotel e muita, muita comida. Até me incomoda, porque eu vim pra trabalhar, mas aqui eles são todos muito moles, muito lentos. Lentos, mas dirigem feito loucos. Todos aqui. Desde o primeiro dia, fiquei espantado e quis o mais rápido possível voltar pra São Paulo, onde o trânsito é muito mais calmo e seguro. Além de que eles tucham o máximo de gente possível num carro e vão. Um baiano, um coco. Dois baianos, dois cocos. Três baianos uma cocada, sete baianos uma baianada... e eles seguem isso à risca... E não é que morre o tal do Bosco? Todos indo para uma churrascaria, comemorar a venda de um grande navio, com ágio de quase 200%, ia no carro do gerente, mas resolvi ir com um outro capiau, num carro mais vazio. Chegamos na churrascaria, e depois de 2 horas esperando, fomos descobrir que o carro se chocou com um caminhão que cruzou pelo guard-rail e invadiu a contramão. Chapado de bêbado. O único fatal foi mesmo Bosco, os outros ainda estão no hospital. João Bosco da Cunha, 60 anos, deixa esposa, dois filhos e um programador a 2000 km de casa. Pensamentos divididos entre os pesares pelo finado colega de trabalho e que porra fazer agora da minha vida. Com o tempo as coisas vão se arrumando. Pelo menos não fui no carro. Cacete, será que vou conseguir receber direitinho? O pobre homem sendo enterrado. Poderiam de deixar entrar no escritório pra ir adiantando o serviço enquanto vão ao enterro? Não, não posso pensar assim! Pense bonzinho! Era um homem bom! Mas todos estavam de férias... os que estavam na empresa trabalhando no dia era somente por conta da implantação do meu sistema... Quer dizer que se eu não tivesse vindo, ele não teria ido almoçar naquele dia, naquela hora, naquele lugar. Consequentemente, ainda estaria vivo. Sou culpado então? Talvez uns 2%? Bom, vai saber quantas pessoas já não matei indiretamente.... de chutar uma pedrinha na rua, e por isso ser responsável por uma série de acontecimentos em cascata que poderiam até concluir no aperto do botão de uma bomba atômica... Confuso. Trabalhar assim, sob essas pseudo-pressões, é pior, bem pior... Não sei nem quem vai me pagar. Nem eles devem saber direito. O bom é que é tudo fio de Coroné, as coisas andam direito ou é ferro brabo.. Além de vagos, os pensamentos agora se tornam meio fugazes. Deixa quieto. Amanhã vou embora desse grande Largo da Batata.

Brrr.... brrr..... teste....

Testando? 1, 2, 3?
Bom, mudei pra cá. Vou repostar todas todas as msgs do weblogger pra cá. O template ainda está uma porcaria, mas vou mexer nele quando tiver tempo.