29 de jun. de 2010

Glutamato Monossódico

Essa coisa de comidinha feita em casa, preparada com carinho... é puro saudosismo. Estamos em 2010 e podemos ir em um supermercado e comprar uma embalagem de alimento congelado ainda mais deliciosa do que a comidinha caseira ou de metade dos restaurantes da cidade. Um grupo grande de pessoas capacitadas gasta tempo e dinheiro em um único menu por vez, buscando uma maneira de nos convencer a direcionar o dinheiro da feira,do açougue e do restaurante para o bolso deles. E depois de uma série de testes e pesquisas de opinião, encontramos mais um apetitoso item nos refrigeradores do mercado da esquina, unindo-se finalmente à crescente variedade de opções disponíveis. O que já era mais prático agora também é mais barato do que o convencional. E, surpreendentemente, mais gostoso e saudável. Penne com brócoli e peito de peru, lasanha de frango desfiado, sopa de legumes, frango xadrez e mais uma dúzia de opções, sem falar nos cardápios alternativos para vegetarianos e outras anomalias gastronômicas.

Mas e aquele temperinho especial? Bom, todo mundo hoje em dia já sabe o que é. É glutamato monossódico. Ele realça o sabor dos alimentos. Não salga nem apimenta. Ele só potencializa o gosto que já existe no alimento. Esse é o trunfo do congelado. Põe ele. Põe um monte, quanto mais melhor.

E o mundo é diariamente desmistificado pela química. Aquele monte de emoções dignas de oscar é paulatinamente reconhecido como sendo resultante da  ingestão de um sal ou um açúcar, ou pela síntese biológica de morfina ou qualquer outro neurotransmissor. É triste. Mas essa tristeza também é meramente química e certamente há alguma injeção que te faça encarar isso de modo diferente.

E assim segue a vida, sendo que o que adoça a boca é o que amarga a alma. Mas ainda podemos tirar proveito do glutamato. Os japoneses dizem que ele tem como propriedade um novo gosto a ser saboreado, juntamente com o azedo, o amargo, o doce e o salgado. O nome dado por eles, umami, traduz-se por algo como "gosto-de-quero-mais". Nomenclatura perfeita. O nosso "querer sempre mais" é exatamente o que nos permite sentir apetite pela vida e ao mesmo tempo nos faz enfiar a cabeça no refrigerador procurando uma embalagem com a  foto de uma lasanha hipoteticamente perfeita e ideal.

3 comentários:

Anônimo disse...

De nada adianta tacar ajinomoto num negócio sem gosto. Vai ficar com gosto de sem gosto. Daí que o que vale é buscar o gosto que se quer sentir.
Bem, não entendi esse post mas tá valendo... kkk

queen of the black coconut sweet disse...

hahahah não sou só eu que não entendo você ;)

Anônimo disse...

Leia o livro Excitotoxins: the taste that kills. Vc vai correr do Glutamato Monossodico como um vampiro corre da cruz.